sexta-feira, 4 de julho de 2008

O tercio de bandarilhas deve iniciar-se depois dos picadores se terem retirado da arena.
Os bandarilheiros devem colocar dois e não mais de três pares de bandarilhas e esta função deverá ser rápida e eficaz. A "quadrilha" é composta por três bandarilheiros. Dois deles bandarilham e um deverá actuar como peão de brega para a colocação do toiro.
Quando for o matador a bandarilhar é tradição tocar a banda da música. Nesse caso o espada deve estar sozinho na arena e com maior luzimento e adorno do que os seus bandarilheiros.

No toureio a pé toda a lide se concentra em redor da faena de muleta e toda a atenção dos aficionados está localizada na capacidade do toureiro lograr o êxito no terceiro tércio,nomeadamente quando termina com uma boa estocada.

Tércios do toureio a pé

A lide a pé ao uso de Espanha está dividida em três partes distintas, os chamados "tércios".
Tércio é a palavra aportuguesada do termo espanhol tercio e se refere a cada uma das seguintes partes da lide:
Primeiro tércio: o toureio de capote e a sorte de varas.
Segundo tércio: a sorte de bandarilhas
Último tércio: o toureio de muleta e a estocada
As sortes de capote, quando bem executadas, são autênticss pinturas de toureio. São imensos os lances de capote, podendo destacar-se os seguintes: verónica, meia-verónica, farol, navarra, gaonera, chicuelina e a revolera.

A pega

A pega do toiro é também uma forma de toureio, o forcado quando vai para a cara de a um touro sente-se toureiro.
Existem vários tipos de pegas, as mais conhecidas e utilizadas nos nossos dias são a pega de caras e a pega de cernelha.
Na pega de caras, o primeiro elemento, o forcado da cara, tem como objectivo fechar-se na cara do toiro, após se ter fechado a córnea ou a barbela e amortecido o choque da investida. Não se espera que esse forcado segure o toiro sozinho, apenas se lhe exige que aguente os primeiros derrotes com que o toiro o tenta lançar fora, até que o primeiro ajuda ou contra caras ajude a po-lo na cara do toiro, a seguir vêem os pontas de bola ou segundas ajudas, que como o nome indica ajudam cada um no seu corno. Depois vem o rabejador que tem como função segurar e rodar o toiro para que o toiro não saia do grupo e por fim os terceiras ajudas que têm como função fechar para que o toiro pare. Nessa altura a pega é consumada e o touro é libertado, e então o rabejador adorna-se com o toiro.Também a pega de cernelha obedece a uma técnica. Executada por dois elementos, o cernelheiro e o rabejador, esperam o encabestrar do touro para tentar a sua sorte. Desta feita a tentativa da pega é feita por um elemento agarrado a cernelha do touro e outro ao rabo do touro, com o mesmo objectivo, imobilizar o touro.
A estética está sempre presente. O forcado vale pela sua serenidade e sangue frio, mas também pela sua qualidade artística. Não necessita de invulgar força ou robustez, antes terá de desenvolver qualidades psicológicas, pelo que se diz que a pega é uma escola de virtudes e amizades!
Quando um forcado caminha na arena em direcção ao toiro, sem outra protecção que a confiança na sua destreza, terá de vencer a luta consigo próprio. O medo está sempre presente e a contrapor tem acima de tudo o apoio dos seus companheiros, a dependência um dos outros fá-los ter entre si uma amizade única que os acompanha pela vida fora.

A Origem dos Forcados

Em 1836, no reinado de D. Maria II, foi decretado a proibição da morte dos toiros na arena, para remate da lide dos cavaleiros, passou-se a pegar o toiro.Foi assim que no século XIX teve formalmente origem a existência dos forcados como conhecemos nos dias de hoje.Descendem directamente dos antigos Monteiros da Choca, grupo de moços que, com os seus bastões terminando em forquilha ou forcados, defendiam na arena o acesso à escadaria do camarote do Rei, que com o decreto de D. Maria II passaram a ser eles a pegar o toiro, evoluindo o nome de Monteiros da Choca, para Moços de Forcado ou simplesmente Forcados.A pega já se praticava sem galardões de espectáculo e a sua técnica seguramente já era conhecida mas como tudo sofreu algumas alterações até aos dias de hoje.Depois da reunião do primeiro elemento com o touro, cabe aos ajudas a tarefa de imobilizar o touro para que a pega se considere realizada.O rabejador é o responsável por rematar a pega.